Adopção hetero e homoparental: o risco (maior) de que ninguém fala
Em entrevista ao jornal Público, no passado 21 de Fevereiro, António Coimbra de Matos expressou uma opinião assaz revolucionária para um psicanalista de 86 anos sobre a adopção homoparental, ao dizer que "não há perigo nenhum na adopção por casais homossexuais", em termos patogénicos; isto se considerarmos que há vinte anos a posição da maioria dos psicanalistas, quanto a esta matéria, era diametralmente oposta. (Entrevista na íntegra aqui ). Desconheço se Coimbra de Matos mudou de opinião; o que me parece, porém, é que ainda se continua a dar demasiada importância ao risco que a adopção homoparental possa representar devido ao facto de a criança ter como modelos parentais pessoas do mesmo sexo. O que me deixa perplexa na discussão deste tema é o silêncio, por parte dos técnicos, em relação ao risco que qualquer situação de adopção acarreta. Este, parece-me, é o risco que importa salientar, porque é aquele que mais poderá afectar a vida da criança em termos de desenvolvimen