“Eu sou livre, tu és livre, viva a livraria” Esta frase andava a circular há tempos no Facebook. Gosto da ideia de associar os livros ao conceito de liberdade. Os livros são universos de liberdade e empatia. A empatia não é, como a maioria pensa, o que eu sentiria no lugar do outro. Não, a empatia não se foca no eu (em mim), mas no outro. Imaginar o que eu sentiria no lugar do outro é sintonia afectiva (simpatia). Todos nós, tirando raras excepções, somos capazes de fazer este exercício desde crianças. Empatia é outra coisa, e não se manifesta de forma espontânea. Para ser empática, preciso de imaginar o que o outro sente no lugar onde está, e para o conseguir, é necessário um esforço de imaginação e conhecimento. Imaginar uma realidade que não é a minha, e conhecer o percurso do outro. A expressão inglesa de calçar os sapatos do outro revela-se, assim, a mais próxima do conceito de empatia: quando calçamos os sapatos de outrem, ficamos sempre desconfortáveis; ora porque são um número